Genética

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Genética: Filha da Eugenia - Religião que virou ciência. Ciência que se tornará religião

domingo, 17 de abril de 2011

A Grande Reorganização Estratégica da Eugenia: A Cripto-Eugenia.


          
          A mais famosa das eugenistas foi Margaret Sanger, ao mesmo tempo socialista extremista e com o dinheiro de seu marido capitalista à sua disposição, fundadora do "Planejamento Familiar", que teve vários nomes ao longo deste século:
  • de 1922 a 1939, American Birth Control League (Liga americana para o controle da natalidade);
  • de 1939 a 1942, Birth Control Federation of America (Federação americana para o controle da natalidade);
  • de 1942 a nossos dias, Planned Parenthood (A paternidade planejada), ou bem "Planejamento Familiar"; todas as associações nacionais se agruparam a partir de 1952 na I.P.P.F. (International Planned Parenthood Federation, federação internacional para o planejamento familiar).
Vemos depois,  em "A herança eugenista e racista do Planejamento Familiar" como, seguindo os conselhos de um consultor em relações públicas, que o movimento aceitou, embora a desgosto, abandonar em público o discurso revolucionário e eugenista para aparecer como promotor dos valores nacionais e familiares. Esta manipulação trouxe ao Planejamento Familiar, a admiração e o respeito de quase todo o país, e em especial de todas as pessoas envolvidas nos serviços sociais.
Depois da segunda guerra mundial, a Sociedade Eugenista Americana muda também a estratégia: passa à cripto-eugenia sem modificar  nada de seus objetivos. Frederick Osborn, que tinha presidido a Eugenics Society americana de 1946 a 1952, declarava em abril de 1956 :

          "Faz 86 anos Galton publicou "Le génie héréditaire"; faz 86 anos (...) ele via o movimento eugenista como algo que varreria o mundo e tornaria o homem amo de seu próprio destino sobre a terra. Isso não aconteceu. O movimento eugenista é apenas um pequeno punhado de homens em vários países; aqui na Inglaterra, nos Estados Unidos, na Índia, na França. Eles não têm influência na opinião pública. Inclusive a palavra "eugenia" está desacreditada em alguns lugares. Eu, entretanto, continuo acreditando no sonho de Galton. A maioria de vocês também, acho. Devemos nos perguntar: - qual foi nosso erro?  Penso que não levamos em conta um traço de caráter quase universal, muito instalado na natureza humana. As pessoas simplesmente se negam a aceitar a idéia de que a base genética que forma seu caráter é inferior e que não deveria repetir-se na geração seguinte. Pedimos a grupos inteiros de pessoas que aceitassem esta idéia. E têm se negado em forma constante, e com isso, o que fizemos foi  matar o movimento eugenista. As pessoas podem aceitar a idéia de um defeito hereditário específico. Eles vão a uma clínica de genética e perguntam qual é o risco que eles têm de ter um filho defeituoso. Comparam este risco com a probabilidade de ter um filho são e, em geral, acabam tomando uma decisão inteligente. Mas não aceitarão a idéia de que, em geral, são de segunda classe. Temos que nos apoiar em outras motivações. Em circunstâncias normais, os homens têm uma quantidade de filhos proporcional à sua capacidade para cuidá-los. Se eles se sentem financeiramente seguros, se gostam de assumir responsabilidades, se têm uma resposta afetiva cálida, se são fisicamente fortes e competentes, é provável que tenham famílias grandes,  contanto que estejam psicologicamente preparados para isso. No entanto, os que não podem alimentar os filhos que têm, temem as responsabilidades, se sua resposta afetiva é escassa, não vão querer ter muitos filhos. Se dispõem de meios eficazes de planejamento familiar, não terão muitos. Nossos estudos demonstraram que isto é válido em todo o mundo. Com base nisso, é certamente possível construir um sistema de seleção voluntária inconsciente Mas os argumentos invocados devem ser aceitáveis de maneira geral. Devemos parar de dizer a todos que eles têm uma qualidade genética globalmente inferior, porque eles não concordarão jamais. Devemos apoiar nossas propostas no desejo de ter filhos (nascidos) em famílias onde serão cuidados com carinho e com responsabilidade, talvez assim nossas propostas sejam aceitas. Acho que se a eugenia quer progredir como deveria, tem que ter políticas novas e reafirmar-se, e deste renascimento talvez possamos, em vida, ver como atinge os elevados objetivos que Galton estabeleceu". (Eugenics Review, abril 1956, v.48 Nro.°1).

Em geral, Osborn é considerado responsável pela reforma do movimento eugenista depois da segunda guerra mundial; dizem que ele o purgou do racismo. Ao mesmo tempo que efetuava esta "reforma", porém, ele foi presidente em forma secreta do Pioneer Fund, de 1947 a 1956. O Pioneer Fund é uma organização muito conhecida por apregoar a supremacia branca. Logicamente, um racista encoberto não pode purgar o racismo; pode purgar o racismo aberto conservando ao mesmo tempo, uma política que pode ser considerada "cripto-racista".

          Em 1973, a Sociedade de Eugenia Americana modifica seu nome: atualmente se chama: Sociedade para o Estudo da Biologia Social .

          Em finais dos anos 50, o doutor Carlos Paton Blacker, que tinha sido dirigente da Eugenics Society desde 1931 (Secretário primeiro, depois secretário geral e finalmente diretor e presidente), fez esta proposta:

          "Que a Sociedade de [Eugenia] deveria perseguir objetivos eugenésicos por meios menos visíveis, ou seja, uma política de cripto-eugenia, que aparentemente é um êxito na Eugenics Society americana".

          Em 1960, esta proposta de Blacker foi adotada pela Eugenics Society inglesa. Esta resolução declarava, entre outras coisas:

          "As atividades da Sociedade em cripto-eugenia deveriam ser continuadas com energia, em particular, a Sociedade deveria aumentar o apoio econômico à F.P.A. [Associação de Planejamento Familiar, área inglesa de planejamento familiar] e a I.P.P.F. [International Planned Parenthood Federation] e entrar em contato com a Sociedade para o Estudo da Biologia Humana [Society for the Study of Human Biology], que já tem grande quantidade de membros ativos, para ver se lá havia projetos interessantes com os quais a Eugenics Society pudesse colaborar.

A I.P.P.F. nasceu da Eugenics Society. No momento em que esta resolução foi adotada pela Eugenics Society inglesa, Blacker era o presidente administrativo da I.P.P.F.

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